quarta-feira, 9 de julho de 2008

AŞURE


Um dos primeiros blogs culinários que freqüentei foi o Quiche de Macaxeira, não sei nem bem dizer o porquê... alguma busca me levou até lá, entrei, gostei e fiquei.

Não bastasse esse motivo absolutamente justo para participar do evento que a Luna está promovendo, ainda o dito é sobre culinária e literatura, ou seja, 2 coisas das quais quase não gosto...

A receita que preparei para o evento vem de um livro que li e me encantou demais, chamado "De volta a Istambul" de Elif Shafak.

Além de ser muito bem escrito e de ter uma história empolgante, fala de comida e cultura Turca, que junto com a Árabe, são-me quase uma obsessão.

Cada capítulo do livro leva o nome de um ingrediente do Aşure, um doce típico da Turquia, à base de grãos e frutas secas. Aşure mais do que um alimento, significa partilha, e acredita-se também que traz sorte, abundância e felicidade. Partilhar o aşure significa espalhar e aumentar tudo isso.

PARTILHO AŞURE COM TODOS VOCÊS!




"(...) embora estivesse determinada a preparar mais meia dúzia de pratos antes do dia terminar, sem dúvida o item mais importante no cardápio da avó Gülsüm seria a sobremesa: ashure. O ashure era um símbolo da continuidade e estabilidade, epótome da bonança que vinha depois de cada tempestade, por mais assustadora que essa fosse. (...)


AŞURE

1/2 xícara de grãos-de-bico
1 xícara de trigo inteiro, sem a casca
1 xícara de arroz branco
1 1/2 xícara de açúcar
1/2 xícara de avelãs tostadas e picadas
1/2 xícara de pistaches
1/2 xícara de pinhões turcos (o mesmo que snoubar, pinoles)
1 baga de baunilha
1/3 xícara de passas brancas
1/3 xícara de figos secos
1/3 xícara de damascos secos
1/3 xícara de cascas de laranja (usei cristalizadas)
2 colheres de sopa de água de rosas

GUARNIÇÃO:
canela em pó
amêndoas sem pele em lascas
sementes de romã

PREPARO:
A maioria dos ingredientes deve ser deixada de molho em tigelas separadas, no dia anterior, da seguinte forma: cobrir os grãos-de-bico com água gelada, deixando-os de molho de um dia para o outro. O trigo e o arroz devem ser lavados e depois colocados em diferentes tigelas com água. Deixar de molho na água quente os figos, os damascos e as cascas de laranja por meia hora, coar a água e reservá-la; picar as frutas e as cascas de laranja, misturá-las às passas e deixá-las à parte.

COZIMENTO:
Cobrir os grãos-de-bico com água e cozinhar até que fiquem tenros. Em outra panela coloque o arroz e o trigo, 4 xícaras de água e cozinhe em fogo baixo, mexendo constantemente até que fiquem macios.
Acrescentar a água em que as frutas ficaram de molho, o açúcar, as avelãs picadas, os pistaches e os pinhões, e continuar cozinhando e mexendo freqüentemente por uns 20 minutos. Deixar que a mistura engrosse ligeiramente até parecer uma sopa espessa. Acrescentar a baunilha, as passas, os figos, os damascos, as cascas de laranja e o grão-de-bico cozido. Mexer constantemente por mais uns 20 minutos. Desligar o fogo e acrescentar a água de rosas.
Deixar o ashure repousar à temperatura ambiente até esfriar.
Dividir em tigelas, polvilhar canela, enfeitar com lascas de amêndoas e sementes de romã e servir.




Sinopse de "De volta a Istambul"

"Asya Kazanci é uma adolescente rebelde que, sem conhecer a identidade do pai, foi criada em Istambul por sua mãe, a bela e irreverente Zeliha e por três tias: Banu, uma religiosa clarividente; Cercrye, uma viúva amarga, professora de história turca; e Feride, uma hipocondríaca excêntrica. Mustafá, tio de Asya e único homem da família deixou a Turquia há vinte anos e mora em Tucson com uma americana chamada Rose.Armanoush Tchakhmakhchian é a jovem enteada de Mustafá. Filha do primeiro casamento de Rose com um armênio. Armanoush vive entre Tucson e San Francisco, cidade onde reside o pai. Armanoush sente que ali, nos estados Unidos, parte de sua identidade está perdida e que deve descobrir mais sobre o passado de seus ancestrais na Turquia para conseguir começar a viver a própria vida.Sem que ninguém saiba, Armanoush viaja para Istambul, onde é recebido pela família de seu padrasto, Mustafá. Fascinadas com a cultura do país uma da outra, Armanoush e Asya se tornam rapidamente amigas. No entanto, o segredo que lliga as famílias Kazanci e Tchakhmakhchian a trágicos acontecimentos no início do século XX será revelado, e nada mais será como antes, pessoas, relacionamentos, a própria História."


Buen Provecho!

5 comentários:

Lua Limaverde disse...

Renata, essa receita arrasou, viu? Não conhecia e achei muito bonita! O livro também parece muito bom e envolvente! Parabéns e boa sorte! ;)

Anônimo disse...

Além de a sobremesa ser uma delícia (preciso de umas palavras novas pra te elogiar, porque estou ficando repetitiva com o delícia), o novo template ficou a coisa mais linda do mundo!!!!
Te amo!
Beijos

Isabel (pipoka) disse...

Não só adorei a receita como já anotei o nome do livro, pois também tenho fascínio pela cultura e gastronomia turcas e acho que vou adorar lê-lo.

bjs

Renata Barreto disse...

Luna, obrigada, estou ansiosa por ver as demais participantes.

Tati, fazer coisas lindas deve ser de família... te amo.

Pipoka, recomendo muito o livro e qto à receita, se tiver oportunidade de fazer faça, é delicioso!

Marcia disse...

Que bela lembrança! Muito bom mesmo. E o bolo de moranga aí em cima está chamando, quero!

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